E
mesmo que teu beijo
Me doesse
Me
torturasse
Me
envenenasse
Me
deixasse doente
Plantando
a descrença
Sentenciando
a morte da Fé
E
mesmo que teu beijo
Me
ferisse
Me
condenasse
Me
fizesse pecadora
Me fizesse
criminosa
Se eu
te beijasse e, nessa angústia imensa
Fosse
ficando roxa de uma face
E
mesmo que teu beijo
Me
deixassem feridas
Me
deixassem lábios sangrantes
- por
toda a vida –
E eu
sucumbisse
Tombando
e definhando sobre o pó
Tu
serias o algoz da minha vida!
E
ainda assim eu te acolheria docemente
E pediria
em troca, quase em insana súplica
Um
beijo.
Um só.
E
nesse encontro de bocas e línguas dançarinas
Te
sentindo te bebendo te sorvendo
Me tomando
me invadindo me engolindo
Levando
o frescor do último suspiro
Eu
deixaria de existir.
Feliz!
E pronta
para te beijar de novo...
De
novo...
De
novo...
De
novo...
(( §ënhørïtäV.))
Nenhum comentário :
Postar um comentário