Revirando meu baú de quinquilharias e escritos encontrei este post do tempo que colaborava com o http://globoesporte.globo.com/rs/torcedor-gremio/platb/ . Li várias vezes o post e cheguei à conclusão que ele vale para todas as épocas: passado, presente e futuro.
(( Ricardo Duarte - Agência RBS ))
Viver
é como seguir um roteiro. Nascemos, crescemos, nos reproduzimos (na maioria das
vezes) e morremos. Começo, meio e fim. Torcer não faz parte do roteiro. Poderia
comparar torcer com um caso de amor.E faço isso por um único motivo:
trocamos de emprego, de casa, de escola, de carro e de amor, entre tantas
outras trocas, mas nunca trocamos de time.
A
relação do torcedor com o time é a mais complexa que existe, a mais difícil e
mesmo assim a mais duradoura (acaba – será? – só com a morte do torcedor). Isso
por si só já é um fato inexplicável. É a relação que envolve o maior número de
sentimentos e sensações possíveis e impossíveis. Dependendo do momento, pode
ser como de pai e filho, de irmãos, de amigos, de inimigos.

É
uma relação que suporta tudo, absolutamente tudo em nome do outro. Não é por
acaso que esta é a relação mais avassaladora que existe. Nela você
constantemente oscila entre altos e baixos, euforia e depressão, choro e riso,
prazer e dor. Torcer é para quem gosta de montanha-russa e não roda-gigante.
Torcer não é verbo, torcer é sentimento.
Torcer
não significa que você é um torcedor, existe um abismo que separa essas duas
categorias. Somente nesta relação você pode ser exatamente o que é, no seu
melhor e pior. Este tipo de relação talvez seja o sonho de muita gente. A
torcida pode xingar, gritar, berrar, esbravejar, ofender, mandar longe, desejar
que se dane porque o time nunca vai revidar. Não deixa de ser uma relação bem
cômoda e oportunista, mas acima de tudo muito sem vergonha: o time apanha e
continua, nós apanhamos e continuamos. E como em toda relação há problemas. E
problemas devem ser falados, jamais guardados na gaveta. Cada lado desta
relação, tem sua maneira de resolver os problemas (ou pelo menos acha que tem). De vez em quando dou um gelo do Grêmio, outras mando ele dormir no sofá - o Grêmio!
Cornetear
é meter o pau, criticar é apontar falhas e erros, resolver problemas é dar
soluções. Torcer é fazer tudo isso porque esta é a única relação que permite
tal coisa. E fazer tudo isso, não fazer nada disso ou fazer parcialmente
definitivamente não faz um torcedor mais ou menos torcedor que outro.
Torcedores condenam outros que através da internet (blogs, sites, fóruns,
comunidades, etc), reclamam do time seja corneteando, criticando ou elogiando(mesmo quando a casa caiu!)
Mas
o que querem afinal? Que se faça como a boa mãe que sempre passa mão na cabeça
do filho? Em que momento ou lugar sugerem que se discuta sobre o time? No
estádio? Não, mil vezes não. Estádio é para ir fazer festa, aplaudir, vibrar,
comemorar, apoiar incondicionalmente (ao contrário do que alguns pensam). É
aquela velha lógica: elogiar em público e criticar em particular, isso se chama
respeito. E mesmo que você se sinta naquele momento desrespeitado, não faça o
mesmo. São pequenas atitudes assim que constroem a história de um clube e sua
torcida.
O torcedor precisa aprender
o momento certo de fazer determinadas manifestações bem como entender o impacto
delas na outra parte da relação, mesmo que a intenção seja das mais louváveis
(e acredito que seja). Às vezes, pode ser um tiro no pé de efeitos desastrosos.
Ninguém espera racionalidade desta relação inexplicavelmente apaixonada. Por
isso, um pouco de bom senso não faria mal. Afinal, torcer por um time é a relação
mais fiel e leal que existe. O futebol é a coisa mais (des)importante das
nossas vidas.Pense nisso.
Saudações TRIcolores...
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